sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

dois zero um zero

2000, 2005, 2010, 2050.

São números. Insignificantes.

Os acontecimentos é que marcam. As pessoas é que ficam quando as datas são esquecidas, quando passou tempo demais para recordar quando foi ontem, quando o vento já levou consigo os números das boas e más memórias. É aí que nos apercebemos que o futuro é o resultado das experiências vividas e não da junção de quatro números.
É muito mais que um ano, muito mais que uma vida.
É o amor, o companheirismo. É a lealdade, a confiança e a verdade incondicional. São os risos incontrolados, as lembranças perfeitas de momentos mágicos.
É o encontrar da perfeição no imperfeito.
Uma experiência que se torna única e nos muda para sempre. Tudo isso apenas faz sentido convosco a meu lado.
Os rumos que sigo, as linhas que atravesso e pelas quais ouso arriscar, são inspiradas pela força que recebo desse amor incondicional. Tudo seria vulgar e teria o mesmo sabor se não pudesse usufruir da vossa constante e eterna presença.
Do vosso doce beijo. Do vosso abraço apertado.
Por estarem lá nos bons e nos maus momentos, por fazerem aquilo que sou, por tudo o que vivemos juntos, OBRIGADO.
Sem vocês, nenhum destes quatro números a que chamamos ano, faria sentido para mim.



Mais que viver a vida, quero vive-la convosco.
Sempre.


Obrigado por terem feito de 2010 o ano mais importante da minha vida.


Johnny*

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Easy Like Sunday Morning

Abri o album.
Voltei a página.
Recordei e revivi novamente todas aquelas experiências.
Vi o teu guardanapo, transportei-me de novo até aquela altura, senti de novo a brisa vinda do mar de uma manhã de verão. Senti-te de novo comigo, senti a areia, os teus lábios e o reflexo dourado do teu cabelo que me fascinava.
Afinal é impossível esquecer-te.
As lágrimas escorreram, foste o melhor que me aconteceu.
Agradeço-te por isso.



"No worries, i'm taking care of your beautiful João."


Johnny*

domingo, 14 de novembro de 2010

Because of You

Because of you
the scratches on my face
will never be erased
by someone else's warmth

Because of you
the winter feeds my heart
while summer blows and burns
my disapearing youth


Larga-me.
Estou inconstante, em erupção, a fervilhar, capaz de ser levado.
Levado pelo vento, envolto no fumo do cigarro que lentamente se apaga entre os dedos das minhas mãos gélidas e trémulas.
Sinto-te como não queria, sonho como já aprendi que não posso. Queria ser feliz, libertar-me.
És incapaz de roçar a compreensão do sentimento que nutro por ti.
Rodopio mais uma vez, as paredes encerram-se sobre num, sinto-me esmagado pelo peso da minha respiração.
Queria parar. É um vómito que sai sem conseguir conter. Uma lágrima que perdura pela eternidade. Suspensa. Esperando por ti.
Não aguento outra batalha perdida. contorço-me por ti, pelo que desejava não sentir.
Esta asfixia incessante que a cada segundo arranca mais um pedaço de mim, desorienta-me, tornando-me fraco, frágil.
Quero cair, sem voltar a levantar-me.
Não quero sentir tudo isto de novo, vezes e vezes sem conta. Todos os dias me fazes sentir assim. Leva-me de uma vez.

Acordar sem este aperto.
Sem este desespero.

Ama-me. Ou esquece-me.


My love is gone
Never feel again
because of love
I feel nothing...


Johnny*

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O Dia Mais Longo




Hoje é o dia de todos os dias
Hoje é o dia mais longo das nossas vidas
Põe o teu corpo, bem junto do meu
Uma voz escondida disse: "Eu. Sou eu."

Os meus olhos perdem-se no lento ondular cinzento. É incrível observar como ultimamente aquele pedaço de água reproduz tão bem o escuro que me invade e aprisiona a alma. A luz do dia já foi há muito substituída por um lusco-fusco laranja que se reproduz pelas margens da cidade.
Embrenho-me nos meus pensamentos, que de vez em quando são assolados pela conversa das duas raparigas que à minha frente se encontram, e cujo tema de conversa é invariavelmente as preocupações da rotina diária. Que inveja.
Distraio-me demais e por pouco não perco a minha paragem.
Suspiro, reúno coragem e subo. Não sei bem para onde.

Hoje queria estar na rua. Continuar a sentir a chuva incessante a fustigar-me a pele. Imóvel no vento, sentindo a liberdade. Sentindo-me único. Natural.

Vaguear a noite inteira sem destino. Sem certezas. Sem preocupações.

Apenas na esperança de numa dessas encruzilhadas me poder encontrar.



Cuida de mim, traz-me aconchego, tenho frio
Quero sair, leva-me p'ra um lugar, que nunca ninguém viu
Depois será tarde, p'ra sempre mais tarde
Ontem já não conta, já está esquecido
Pedes-me o céu, respiro o teu ar
Desejas meu beijo, faz-me voar!



Johnny*


terça-feira, 2 de novembro de 2010

Don't let it end.

CORRE!

Luta. Mexe-te, usa todas as forças.

Salta barreiras. Transcende aquilo que pensas que podes suportar.

Corre por ti.

Corre por quem te ama.

PELA VIDA.

Nunca pares. És único, especial. Tu consegues.

Não desistas, estás quase lá! Usa todo o teu coração, todo o teu empenho, todo o teu esforço.

Por aquilo que vale a pena, por aquilo que é importante, por aquilo que queres, pelo que é real, pelo AMOR!

Sente, respira, absorve e transcende-te. Deixa que o vento te comande.

EXPLODE!

Johnny*

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Ordinary People



LX-418-Al S.Nicolau
O chiar da borracha humedecida e o som da ondulação a quebrar no cais, despertam os sentidos da minha alma. O cinzento do ar, confunde-se no triste verde da água, ilustrando o compasso da melancolia. O frio e escuro ferro das docas, fica para trás assim que os motores iniciam o rugido da sua fúria.
O vento que me acolhe, faz o meu cabelo esvoaçar, rasgando-me a face com subtileza. Os raios de luz já mal se vislumbram, por entre a penumbra das nuvens que se aproximam, e eu sigo sentado num qualquer lugar, cruzando o rio da ponte vermelha, aquela que lá ao fundo me completa a paisagem.
A espuma branca das ondas desvanece-se lentamente, traçando o rasto daquilo que é o meu percurso. Um caminho sinuoso e turbulento, que não dá sinal de acalmar. Por aqui as gaivotas estão sempre em terra .
Não sei por que linhas me tornarei, quando tão pouco sei aquilo que sou. Perco-me, confundo-me, transcendo-me. Encontro-me no meio de um remoinho de emoções, tal e qual aquele que o barco provoca ao atracar, mudando totalmente a direcção dos seres que por ali navegam.
A viagem acaba. As pessoas saiem. Mas eu fico.
Ainda não encontrei o meu porto.
Johnny*


domingo, 24 de outubro de 2010

(Another Broken) Promise

"Now sometimes the world tries to slap you
And it seems to love watching you fall
I wont lie to you, it's gonna happen
You got pick yourself up and move on"



Perdi a inocência do hálito fresco a mentol.
Experimentei o amargo do café.
Perdi a inocência da suave fragrância que transbordava da minha pele.
Substituí-a pelo odor negro do tabaco.
Cresci.
A minha vida mudou, e eu não fui capaz de contrariar essa mudança. Fui um espectador impotente, que assistia ao decorrer de mais um capítulo.
Não foi como eu quis. Não foi o que sonhei. Nada do que eu planejei. Vivi frustrações, falsas esperanças e sonhos perdidos. As ambições tantas vezes cantadas, ficaram noutra altura, presas pelo rude modo verbal "viver".
As vitórias alcançadas, não compensaram o amargo esforço dispendido nas derrotas atingidas.
Dei por mim noutro lugar, longe do quente aconchego que me ladeava os dias. Encontrei-me numa rua, na qual todos os dias passam as mesmas pessoas. As mesmas pessoas falsas e vazias. Uma rua onde não me consigo perder, pois não sei para onde caminho.
Não me encontro.
Vou tomando encruzilhadas novas todos os dias, pois nunca vivi em auto-estradas. A vida não é o que quero. Não é como quero. Não é quando quero.
Os planos são meio caminho percorrido para me deparar com o insucesso, com o inesperado.
Vou despir-me de desejos, preconceitos, expectativas e esperanças. Vou redesenhar-me da maneira mais egoísta e infantil possível, para não ser apanhado desprevenido, quando mais uma vez vir todas as minhas crenças, convicções e vontades caírem por terra, desmoronando mais facilmente que um castelo de cartas ao vento.
Vou ter menos do que nunca tive, fé.
Porque esta vida não é boa, nem sequer agradável, mas é a merda que me calhou.
Por isso vou conformar-me com existir. Todos os dias, apressando os segundos e os minutos.



Mais 24 horas.


"Promise me
You won't let them put out your fire
Put out your fire
Promise me
You won't let them put out your fire
Put out your fire..."



Johnny*

Carta

"Acredito e entendo que a estabilidade lógica de quem não quer explodir, faça bem ao escudo que és."

A minha vida é uma linha.
Branca, azul, verde e laranja.
A minha vida é uma linha que passa sem dar explicações, sem razão aparente ou motivo especial de existência.
Sou enquanto estou, tudo existe apenas por fracções de segundo, que se perdem no espaço. Esta linha, que apesar de recta, está longe de ser simples, confunde-se com tantas outras. Mistura-se num rodopio geométrico.
Os caminhos estreitos, curvos e sinuosos que ela atravessa, obriga-a pôr-se à prova todos os dias. A mostrar do que são feitos os valores e as convicções.
Esta linha aparentemente frágil e desprotegida, é mais forte do que eu, obrigando-me a mostrar o pior e o melhor de mim. O simples e o complexo.
Tão humilde, ténue e certa, dá origem aos sentimentos mais rebuscados e abstractos, dá forma e cor por onde atravessa. O seu carácter incisivo, faz com que ingenuamente pensemos que temos o poder de ajustar outras linhas tais como a nossa. Duas linhas sobrepostas, dão origem a uma só, invalidando-se.
O amor é impossível.
Só existe um, que sendo perpendicular, atravessa-nos uma vez, deixando-nos para trás, num piscar de olhos.
Nada é eterno. A enfermidade é mais que muita, e espreita a cada canto.
Parto então, apenas com lugar de origem.
Sem esperança. Sem pressa para conhecer a data, hora e local de chegada. Vou seguindo. Não sei bem como, não sei bem porquê.

Não existem rumos.

"Anseio o dia que acordares sobre todos os teus números, raízes quadradas, somas subtraidas, sempre com a mesma solução."

27 de Setembro 2010.

Johnny*

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Dog Days Are OVER!

Happiness, it hurt like a train on a track
Coming towards her, stuck still no turning back
She hid around corners and she hid under beds
She killed it with kisses and from it she fled
With every bubble she sank with a drink
And washed it away down the kitchen sink...



Tinha dormido pouco.
6h30. Estava tudo laranja, um fresco que me despertava para aquela nova etapa.
Estava ansioso e expectante acerca do que iria encontrar no interior daquele grande monstro cinzento, que rasga a paisagem verde envolvente.
Despachei-me com a calma que o relógio me permitiu. Felizmente, tinha tempo de sobra, podendo dessa forma desfrutar de todos os pedacinhos daquele momento. Senti um gostinho de calma penetrar na minha mente; estava preparado.
O caminho não foi demorado, muito menos sinuoso, mas ainda assim os nervos quiseram fugir-me do controle por diversas vezes. A ideia de encontrar aquelas capas pretas assustava-me.
Entrei e por entre conversas, papéis, escadarias e corredores frios, o medo transformou-se, passando a dar lugar a um estranho sentimento de familiaridade.
Deixara de ser o monstro cinzento; era agora a minha faculdade.
As horas passaram e finalmente deixei aquele lugar, naquele que foi ainda um dia comprido e extenuante.
Claro está, todas as histórias e peripécias foram partilhadas com aqueles que cruzaram um dia semelhante. Aqueles que apesar de distantes, noto estarem agora mais que nunca, presentes no meu pensamento e coração.
Sentado neste sofá vislumbrando uma vez mais aquele laranja que me ilumina a noite da mesma maneira que agracia as folhas das árvores, sinto uma leve brisa roçar-me a face, envolvendo-me o corpo num rodopio de emoções. O cigarro que vou queimando com suaves inspirações, enche-me os pulmões, dando-me a resposta para o que sinto.

Tenho agora certezas. Certeza acerca da incerteza que é o futuro, certeza de que nunca me senti tão bem nos últimos tempos como no dia de hoje.



...The dog days are over
The dog days are done
The horses are coming so you better run
Run fast for your mother, run fast for your father
Run for your children and your sisters and brothers
Leave all your love and your loving behind you
Can't carry it with you if you want to survive.



Johnny*



Para a C., que possa rapidamente partilhar estes momentos comigo, e "beber das minhas palavras" tal como prometeu. Amo-te.



Escrito a:
14/09/2010 - 02:43

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Hometown Glory

Round my hometown, memories are fresh
Round my hometown, ooh, the people I've met
Are the wonders of my world, are the wonders of my world...


Última semana. Pessoas sensacionais, momentos incríveis, vocês.
Toda esta longa aventura, que agora me parece curta para tão boas experiências, começou há oito anos atrás. Tive a feliz oportunidade de vos conhecer e poder percorrer este caminho convosco.
No início parecia que ainda faltava muito. Muito para sermos crescidos, muito para viver, muito para o próximo intervalo.
Esse tempo passou por nós. Os anos correram com uma velocidade galopante, e sem darmos por isso, aqui estávamos. Com tanto dito e com ainda mais por dizer. Com uma cumplicidade, que só o verdadeiro AMOR que nos liga, o permite. Com memórias de momentos tão perfeitos, que é puro pecado ter tido oportunidade de os vivenciar. Com certezas de passado e promessas de futuro.
Os últimos dias, foram o culminar de tudo aquilo que nunca conseguirá ser exprimido, foram o partilhar de esperanças e desejos. Fica a saudade antecipada, a tristeza da partida e a incerteza do que virá.
Fica aquela lágrima que ninguém consegue conter. Uma lágrima que liberta consigo um peso tão grande como a imensidão do sentimento que nos une.
Finalmente chegou o dia porque tanto temiamos, o dia que ninguém desejava que chegasse. O dia da despedida, que fica não como um Até Sempre, mas como um Até Breve.

Ia mentir se não revelasse que dói; que é uma angústia termenda; que choro sempre que penso nisto. Mas a verdade é que vos conheço. Sei que esta separação não será nada mais que um fortalecimento ao nosso amor.


Amo-vos incondicionalmente. Tornaram-se realmente os pilares do meu Mundo. Agradeço-vos todos os dias por o terem tornado tão forte.



Johnny*

domingo, 5 de setembro de 2010

Miss You

Did you say it?
I love you.
I don't ever wanna live without you.
You've changed my life.
Did you say it?
Make a plan, set a gold, work to worth it.
But every now and then, look around, drink it in.
Cuz, this is it.
It might all be gone tomorrow.


Perdi-te.
Ou melhor, nunca te tive. Como podemos perder uma coisa que nunca foi nossa?


17 anos separam a distância que muitas vezes dou por mim a querer percorrer. Dou por mim a alimentar esperanças, desejos e sonhos infundados. Sou irrealista, apenas porque sinto isto. Isto. O quê? Não sei. Não consigo definir, não te consigo definir. Nunca te conheci.
Tento imaginar como seria ter-te. Como seria tocar-te. Como seria o teu olhar, o teu sorriso, a textura do teu cabelo, o toque das tuas mãos. Tento desenhar-te. Tento ter-te comigo.
A única coisa que tenho de ti é a caligrafia de um "Grande beijo", rabiscado na parte de trás de uma fotografia tua.
Nunca vou sentir o forte doce sabor do teu abraço.
Queria abrir a porta de casa, ver-te sentado no sofá, correr para ti e pensar que afinal nada disto era verdade. Que tudo tinha sido um grande erro.
Os dias, as horas, os minutos e os segundos, sufocam-me os momentos que nunca tive contigo, até os roubarem por completo.
Vou crescendo, vivendo, sentindo, mudando, e tu continuas sem aqui estar. Espero pelo que nunca vai chegar. Magoa-me saber que por mais que queira, não posso mudar nada. Não te posso ter do meu lado. As lágrimas insistem em correr, não consigo evitar fazê-lo quando penso em ti.

Magoa-me. Saber que nunca te vou poder dizer que te amo, que sinto a tua falta, acima de tudo, dói tu não fazeres ideia do quanto te quero.

Nunca o escrevi, nem muito menos disse:

Amo-te Pai.





Johnny*

domingo, 29 de agosto de 2010

I will try to Fix You.

Já todos dissemos: "Tive um dia horrível", quando o pior que nos aconteceu foi estarmos parados no trânsito durante meia hora. Egoístas, fúteis, mesquinhos e ingénuos. Não estamos preparados para a vida, não sabemos o que é sofrer.

A espera pareceu interminável naquela sala fria onde me encontrava. As notícias que passavam na televisão solitária a quem ninguém prestava atenção, pareciam banais. Vazias de significado, comparadas com os sentimentos que se emaranhavam no ar.
Tinhas entrado apenas há alguns minutos, que a mim, pareciam milénios. Queria saber como estavas, o que tinha acontecido, e, sobretudo, como ias ficar. O relógio parecia teimar comigo, não se querendo mexer. Aquele tique-taque batia lento demais para o meu ritmo cardíaco. Tão lento, que fazia parecer o meu coração uma bomba-relógio prestes a rebentar.
Acordara a gritos trespassantes, que me fizeram despertar de modo alarmado. Toda a minha pressa foi pouca para percorrer os parcos metros que nos separavam; eram a linha ténue entre o continuar ou não. O meu cérebro não assimilava as imagens que a minha íris recebia. Não podia estar a acontecer, não a ti, não naquela altura. Pasmei perante todo aquele turbilhão de acontecimentos. Por segundos, vi a vida querer fugir-te dos olhos. Vi o teu mundo querer acabar depressa demais, o que me aterrorizou. Esmagou-me a alma. Não houve tempo para o choque. A força do momento teve que se sobrepôr à aflição feita sentir.
Em alturas assim, a coragem frui-nos do amor.
O medo do que pode acontecer a alguém que amamos, mexe connosco de uma forma indiscritível.
Mas está tudo bem agora. Eu amo-te.

Eram agora 12:00h. O dia ainda mal tinha começado, e já tinha vivido de sobra por um ano.
Mas estava expectante de te ver, ansioso e feliz por saber como te ia encontrar. Não o mesmo acontecimento, não o mesmo local, não a mesma pessoa. Desta vez, dominava a felicidade.
Vi-te através daqueles muros gradeados, em que acenavas com os olhos banhados de lágrimas. Aquele portão não era suficiente para conter o elo que nos ligava a todos. Entrámos com a fúria de quem realmente ama. O teu abraço e os teus beijos, souberam a Mundo. Nunca te sentira assim, nunca gostara tanto de te reencontrar.
A árdua tarefa que tens pela frente, faz-te relembrar todas as noites daqueles que te querem bem e te apoiam incondicionalmente. A cumplicidade feita sentir, foi mais que muita. E eu nunca me vou esquecer daquele teu sorriso, do toque da tua mão e do carinho do teu beijo. Estou contigo de corpo e alma.

A vida não é como nós queremos. A vida não é como desejamos. A vida constrói-se, vive-se, aprende-se e sente-se. Desde que tenhamos quem amamos do nosso lado, esta é perfeita.



Johnny*


Para a C. que espero que leia isto brevemente, e para a M. que aprenda a ler brevemente para que possa compreender o que aqui está. Amo-vos.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sooner or later in life, the things you love you lose.

Sometimes i feel like throwing my hands up in the air
I know i can count on you
Sometimes i feel like saying "Lord i just don't care"
But you got the love i need to see me through...

Nazaré.
Vinte Um de Agosto de Dois Mil e Dez.
Quatro Horas.
Nafta.


Vibrei simplesmente. A música tocou-nos no fundo do peito, consumando aquele abraço sentido entre três pessoas que correm para sonhos, desejos e expectativas, mas desta vez por caminhos separados.

A distância não pode separar aquilo que oito anos de emoções, cumplicidades e momentos fantásticos uniu. Ainda assim, o receio implanta-se na nossa cabeça. E se?
A vida é feita de se's, de contrariedades, de altos e baixos, de momentos fantásticos, alegria, tristeza, ódio e amor. As expectativas não passam disso mesmo quando confrontadas com a realidade. O mundo não é preto e branco. Temos que contar com o cinza que espreita.
Viver um dia de cada vez é a solução. Hoje estou contigo, amanhã quero continuar a estar. Não sei se vai acontecer, mas a imprevisibilidade dos acontecimentos e situações, tornam os laços mais fortes, unem-nos independentemente da proximidade física, levam-nos a sentir coisas que nunca antes sentimos. O melhor da vida não é planeado.
Não acredito no Destino. O Futuro é traçado por mim. Quero traçar um Futuro convosco, se puder ser. Quero ter-vos a meu lado, nos bons e nos maus momentos. Quero partilhar tudo convosco. Posso não saber o que vai acontecer. Mas sei bem o que quero. That's the reason why in my life i won't lose the things i love without give a fight.


Para sempre é de facto pouco tempo, quando se trata de quem realmente ama-mos.



Johnny*



As pessoas destinatárias deste texto, sabem quem são.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

She's not broken, She's just a baby.

VMA 2009. Lady GaGa - Paparazzi. Ouvi a música e fui ao céu. Era a "missing piece". Gaga já está para mim, como droga está para um agarrado. Não vivo sem ela. Hoje, estou bem melhor.
Alejandro traz-me recordações, mas desta vez, não desanimo nem um pouco. Rio-me de toda a situação.
Sou inconstante. Verdade?
Gosto de ser assim.

Sonhei com um lugar, uma altura, um acontecimento real. Naquele momento, a situação estava-me a provocar um nervoso miudinho. Não desta vez, não neste sonho. Agora despertava-me a saudade.
Chegou a mudança. Não gosto, não quero. Provoca-me arrepios.
Mudanças implicam ganhos e perdas. Não sei até que ponto estou disponível para perder alguma coisa, em troca de outra. Habituei-me à rotina. Fiz mal. Pensei que nunca iria chegar. Mas em várias fases da vida, é assim. A mudança torna-se inevitável e até os mais receosos como eu, têm de a enfrentar.
Quando desejamos uma mudança, nunca a queremos realmente. Quando somos submetidos a uma, imploramos pelo monótono viver do dia-a-dia a que nos acostumámos.
O que realmente se pretende, é encher o ego da forma mais egoísta e pueril possível. Desejamos que o que está bem se mantenha, e que aquilo que consideramos estar mal se modifique. Ignorância na sua forma mais pura, é aquilo que nos move.
Bem no fundo, sabemos que isso não acontece. Apenas queremos acreditar que sim, para que a alteração nos custe menos.

Somos falsos-ingénuos. E isso deixa-nos felizes, confortando-nos a alma todas as noites.



Johnny*


At this point i've gotta choose, nothing to lose.
Para a minha GaGa, que me inspira todos os dias com a sua força avassaladora.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Só Hoje

"Hoje preciso de você
Com qualquer humor, com qualquer sorriso
Hoje só tua presença
Vai me deixar feliz
Só hoje..."

A música invade-me o cérebro, que rapidamente se inicia num turbilhão de pensamentos.
Sinto-me a arder por dentro. Sinto-me a desfragmentar, a perder-me, a entrar em ruptura. Não te sinto.
Estou inconstante, violento, impaciente. Estou de mal com a vida, porque ela é cruel.
Irrito-me por ser assim, irrito-me por me importar, por querer, irrito-me sobretudo por não ter.
Tenho saudades da tua presença. Quero estar contigo, tocar-te, sentir o cheiro que emana da tua pele e provar o sabor doce dos teus lábios... Mais uma vez, mais um momento. Quero martirizar-me novamente com o sentimento de perda, apenas para disfrutar dos momentos anteriores à tua partida.
Partiste tão repentinamente quanto chegaste. Não restou nada. Já não tenho o teu cheiro no meu corpo, já não sinto os teus cabelos loiros e suaves a trespassar-me a alma.
Sou estúpido. Teve o valor que teve.
"Pensa bem na sorte enorme que tiveste." A vida fode-me com as suas ironias. Tira mais depressa do que dá, o que me remete de novo a nada, a cinzas, esperanças e sonhos que já tive vezes e vezes sem conta.
Não me apetece lutar. Vou deixar-me levar pela corrente. Não sei para onde vou, não me preocupo e não me interessa. Estou numa abulia que me vai corroendo as entranhas.
"Ainda sabes quem és?"


Sei que não dá. Sou sóbrio na minha infantilidade. Mas sei que quando se quer mesmo uma coisa, as regras da lógica deixam de fazer sentido, e o impossível desvanece-se.




Johnny*



Para a minha X., por me aturar no Messenger até de manhã, e para a M., que mesmo comigo insuportável me ama como sempre. Obrigado.

domingo, 22 de agosto de 2010

Sand In My Shoes

16:15h. "Merda, faltam 10 minutos para o autocarro passar." Seco mais uma vez o cabelo, remexo-o vezes sem conta, para chegar sempre à mesma conclusão: "Está igual"
Ponho o lenço, enrolando-o uma vez à volta do pescoço e já pouco tempo me resta para o 212. "Não vou chegar a tempo."
Mais um minuto e aquele 162 passava. Corri, sabendo que não corria pela viagem perdida, mas pelo objectivo não atingido. "Vais pôr-te nos Restauradores, nem que voes até lá!"
16:59h O som do metro a parar, abateu-se sobre mim. "É agora." Saí com uma precisão incrível. Impressionante, pela primeira vez chegara a um local à hora combinada. "Where are u? I'm not at the subway anymore..."
Café tomado, o ambiente continuava estranho. Cansaço, "DAMN!" pensei. Não havia nada a fazer.
Uma hora, e teve de seguir caminho. Na despedida, senti aqueles lábios quentes e macios que me tinham confortado nas últimas duas noites. Chegou-me à cabeça a praia, o amanhecer, e todos aqueles momentos partilhados. "Foi bom", pensei. Valeu a pena a areia que me invadiu os All Star, o penteado desfeito, a Vodka bebida e o frio passado. Não trocava por nada.
Deixei-te numa dessas ruas, enquanto voltava para trás e fazia um rewind do que tinha acontecido. Insano, digno de Hollywood.
Deixei-me invadir pela brisa que corria, pelo som de condutores furiosos, por aquele cigarro que me enchia os pulmões e confortei-me com todos aqueles pensamentos de felicidade. Estava bem, sentia-me vivo, feliz e louco.
Na paragem, partilhei da mesma felicidade da pequena rapariga mulata que ali se encontrava. Ambos perdidos num sorriso sem origem, mas com muito significado. Por momentos, perdi tudo o que era. Transformei-me num qualquer guardanapo branco onde se escreve "No worries, I'm taking care of your beautiful João."
A Dido voltou a ocupar-me a mente, relaxei, puxei do cigarro, sentei-me a escrever isto e pensei que aquele poderia ser o teu avião.
Não vais ser uma memória. As memórias para mim não existem. Tudo o que é bom, eu não recordo. Sinto.


Johnny*


(Sand In My Shoes - Dido, resume bem este post)
Este post vai para as minhas: M., X., T. e F. Por me terem feito viver os dias mais felizes da minha vida. Amo-vos!