domingo, 29 de agosto de 2010

I will try to Fix You.

Já todos dissemos: "Tive um dia horrível", quando o pior que nos aconteceu foi estarmos parados no trânsito durante meia hora. Egoístas, fúteis, mesquinhos e ingénuos. Não estamos preparados para a vida, não sabemos o que é sofrer.

A espera pareceu interminável naquela sala fria onde me encontrava. As notícias que passavam na televisão solitária a quem ninguém prestava atenção, pareciam banais. Vazias de significado, comparadas com os sentimentos que se emaranhavam no ar.
Tinhas entrado apenas há alguns minutos, que a mim, pareciam milénios. Queria saber como estavas, o que tinha acontecido, e, sobretudo, como ias ficar. O relógio parecia teimar comigo, não se querendo mexer. Aquele tique-taque batia lento demais para o meu ritmo cardíaco. Tão lento, que fazia parecer o meu coração uma bomba-relógio prestes a rebentar.
Acordara a gritos trespassantes, que me fizeram despertar de modo alarmado. Toda a minha pressa foi pouca para percorrer os parcos metros que nos separavam; eram a linha ténue entre o continuar ou não. O meu cérebro não assimilava as imagens que a minha íris recebia. Não podia estar a acontecer, não a ti, não naquela altura. Pasmei perante todo aquele turbilhão de acontecimentos. Por segundos, vi a vida querer fugir-te dos olhos. Vi o teu mundo querer acabar depressa demais, o que me aterrorizou. Esmagou-me a alma. Não houve tempo para o choque. A força do momento teve que se sobrepôr à aflição feita sentir.
Em alturas assim, a coragem frui-nos do amor.
O medo do que pode acontecer a alguém que amamos, mexe connosco de uma forma indiscritível.
Mas está tudo bem agora. Eu amo-te.

Eram agora 12:00h. O dia ainda mal tinha começado, e já tinha vivido de sobra por um ano.
Mas estava expectante de te ver, ansioso e feliz por saber como te ia encontrar. Não o mesmo acontecimento, não o mesmo local, não a mesma pessoa. Desta vez, dominava a felicidade.
Vi-te através daqueles muros gradeados, em que acenavas com os olhos banhados de lágrimas. Aquele portão não era suficiente para conter o elo que nos ligava a todos. Entrámos com a fúria de quem realmente ama. O teu abraço e os teus beijos, souberam a Mundo. Nunca te sentira assim, nunca gostara tanto de te reencontrar.
A árdua tarefa que tens pela frente, faz-te relembrar todas as noites daqueles que te querem bem e te apoiam incondicionalmente. A cumplicidade feita sentir, foi mais que muita. E eu nunca me vou esquecer daquele teu sorriso, do toque da tua mão e do carinho do teu beijo. Estou contigo de corpo e alma.

A vida não é como nós queremos. A vida não é como desejamos. A vida constrói-se, vive-se, aprende-se e sente-se. Desde que tenhamos quem amamos do nosso lado, esta é perfeita.



Johnny*


Para a C. que espero que leia isto brevemente, e para a M. que aprenda a ler brevemente para que possa compreender o que aqui está. Amo-vos.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sooner or later in life, the things you love you lose.

Sometimes i feel like throwing my hands up in the air
I know i can count on you
Sometimes i feel like saying "Lord i just don't care"
But you got the love i need to see me through...

Nazaré.
Vinte Um de Agosto de Dois Mil e Dez.
Quatro Horas.
Nafta.


Vibrei simplesmente. A música tocou-nos no fundo do peito, consumando aquele abraço sentido entre três pessoas que correm para sonhos, desejos e expectativas, mas desta vez por caminhos separados.

A distância não pode separar aquilo que oito anos de emoções, cumplicidades e momentos fantásticos uniu. Ainda assim, o receio implanta-se na nossa cabeça. E se?
A vida é feita de se's, de contrariedades, de altos e baixos, de momentos fantásticos, alegria, tristeza, ódio e amor. As expectativas não passam disso mesmo quando confrontadas com a realidade. O mundo não é preto e branco. Temos que contar com o cinza que espreita.
Viver um dia de cada vez é a solução. Hoje estou contigo, amanhã quero continuar a estar. Não sei se vai acontecer, mas a imprevisibilidade dos acontecimentos e situações, tornam os laços mais fortes, unem-nos independentemente da proximidade física, levam-nos a sentir coisas que nunca antes sentimos. O melhor da vida não é planeado.
Não acredito no Destino. O Futuro é traçado por mim. Quero traçar um Futuro convosco, se puder ser. Quero ter-vos a meu lado, nos bons e nos maus momentos. Quero partilhar tudo convosco. Posso não saber o que vai acontecer. Mas sei bem o que quero. That's the reason why in my life i won't lose the things i love without give a fight.


Para sempre é de facto pouco tempo, quando se trata de quem realmente ama-mos.



Johnny*



As pessoas destinatárias deste texto, sabem quem são.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

She's not broken, She's just a baby.

VMA 2009. Lady GaGa - Paparazzi. Ouvi a música e fui ao céu. Era a "missing piece". Gaga já está para mim, como droga está para um agarrado. Não vivo sem ela. Hoje, estou bem melhor.
Alejandro traz-me recordações, mas desta vez, não desanimo nem um pouco. Rio-me de toda a situação.
Sou inconstante. Verdade?
Gosto de ser assim.

Sonhei com um lugar, uma altura, um acontecimento real. Naquele momento, a situação estava-me a provocar um nervoso miudinho. Não desta vez, não neste sonho. Agora despertava-me a saudade.
Chegou a mudança. Não gosto, não quero. Provoca-me arrepios.
Mudanças implicam ganhos e perdas. Não sei até que ponto estou disponível para perder alguma coisa, em troca de outra. Habituei-me à rotina. Fiz mal. Pensei que nunca iria chegar. Mas em várias fases da vida, é assim. A mudança torna-se inevitável e até os mais receosos como eu, têm de a enfrentar.
Quando desejamos uma mudança, nunca a queremos realmente. Quando somos submetidos a uma, imploramos pelo monótono viver do dia-a-dia a que nos acostumámos.
O que realmente se pretende, é encher o ego da forma mais egoísta e pueril possível. Desejamos que o que está bem se mantenha, e que aquilo que consideramos estar mal se modifique. Ignorância na sua forma mais pura, é aquilo que nos move.
Bem no fundo, sabemos que isso não acontece. Apenas queremos acreditar que sim, para que a alteração nos custe menos.

Somos falsos-ingénuos. E isso deixa-nos felizes, confortando-nos a alma todas as noites.



Johnny*


At this point i've gotta choose, nothing to lose.
Para a minha GaGa, que me inspira todos os dias com a sua força avassaladora.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Só Hoje

"Hoje preciso de você
Com qualquer humor, com qualquer sorriso
Hoje só tua presença
Vai me deixar feliz
Só hoje..."

A música invade-me o cérebro, que rapidamente se inicia num turbilhão de pensamentos.
Sinto-me a arder por dentro. Sinto-me a desfragmentar, a perder-me, a entrar em ruptura. Não te sinto.
Estou inconstante, violento, impaciente. Estou de mal com a vida, porque ela é cruel.
Irrito-me por ser assim, irrito-me por me importar, por querer, irrito-me sobretudo por não ter.
Tenho saudades da tua presença. Quero estar contigo, tocar-te, sentir o cheiro que emana da tua pele e provar o sabor doce dos teus lábios... Mais uma vez, mais um momento. Quero martirizar-me novamente com o sentimento de perda, apenas para disfrutar dos momentos anteriores à tua partida.
Partiste tão repentinamente quanto chegaste. Não restou nada. Já não tenho o teu cheiro no meu corpo, já não sinto os teus cabelos loiros e suaves a trespassar-me a alma.
Sou estúpido. Teve o valor que teve.
"Pensa bem na sorte enorme que tiveste." A vida fode-me com as suas ironias. Tira mais depressa do que dá, o que me remete de novo a nada, a cinzas, esperanças e sonhos que já tive vezes e vezes sem conta.
Não me apetece lutar. Vou deixar-me levar pela corrente. Não sei para onde vou, não me preocupo e não me interessa. Estou numa abulia que me vai corroendo as entranhas.
"Ainda sabes quem és?"


Sei que não dá. Sou sóbrio na minha infantilidade. Mas sei que quando se quer mesmo uma coisa, as regras da lógica deixam de fazer sentido, e o impossível desvanece-se.




Johnny*



Para a minha X., por me aturar no Messenger até de manhã, e para a M., que mesmo comigo insuportável me ama como sempre. Obrigado.

domingo, 22 de agosto de 2010

Sand In My Shoes

16:15h. "Merda, faltam 10 minutos para o autocarro passar." Seco mais uma vez o cabelo, remexo-o vezes sem conta, para chegar sempre à mesma conclusão: "Está igual"
Ponho o lenço, enrolando-o uma vez à volta do pescoço e já pouco tempo me resta para o 212. "Não vou chegar a tempo."
Mais um minuto e aquele 162 passava. Corri, sabendo que não corria pela viagem perdida, mas pelo objectivo não atingido. "Vais pôr-te nos Restauradores, nem que voes até lá!"
16:59h O som do metro a parar, abateu-se sobre mim. "É agora." Saí com uma precisão incrível. Impressionante, pela primeira vez chegara a um local à hora combinada. "Where are u? I'm not at the subway anymore..."
Café tomado, o ambiente continuava estranho. Cansaço, "DAMN!" pensei. Não havia nada a fazer.
Uma hora, e teve de seguir caminho. Na despedida, senti aqueles lábios quentes e macios que me tinham confortado nas últimas duas noites. Chegou-me à cabeça a praia, o amanhecer, e todos aqueles momentos partilhados. "Foi bom", pensei. Valeu a pena a areia que me invadiu os All Star, o penteado desfeito, a Vodka bebida e o frio passado. Não trocava por nada.
Deixei-te numa dessas ruas, enquanto voltava para trás e fazia um rewind do que tinha acontecido. Insano, digno de Hollywood.
Deixei-me invadir pela brisa que corria, pelo som de condutores furiosos, por aquele cigarro que me enchia os pulmões e confortei-me com todos aqueles pensamentos de felicidade. Estava bem, sentia-me vivo, feliz e louco.
Na paragem, partilhei da mesma felicidade da pequena rapariga mulata que ali se encontrava. Ambos perdidos num sorriso sem origem, mas com muito significado. Por momentos, perdi tudo o que era. Transformei-me num qualquer guardanapo branco onde se escreve "No worries, I'm taking care of your beautiful João."
A Dido voltou a ocupar-me a mente, relaxei, puxei do cigarro, sentei-me a escrever isto e pensei que aquele poderia ser o teu avião.
Não vais ser uma memória. As memórias para mim não existem. Tudo o que é bom, eu não recordo. Sinto.


Johnny*


(Sand In My Shoes - Dido, resume bem este post)
Este post vai para as minhas: M., X., T. e F. Por me terem feito viver os dias mais felizes da minha vida. Amo-vos!