sexta-feira, 4 de março de 2011

Speechless

I can't believe what you said to me,
Last night we were alone
You threw your arms up,
Baby you gave up, you gave up.
I can't believe how you looked at me
With your James Dean glossy eyes
In your tight jeans with your long hair
And your cigarette stained lies.
Could we fix you if you broke?
And is your punch line just a joke?


Sentei-me naquela cadeira laranja, que absorvia o cansaço de uma longa tarde primaveril. Faltavam apenas 2 minutos para o barco deixar o cais, arrumando para trás o esplendor imperfeito daquelas colinas, quando entra aquela última passageira, que rapidamente toma o lugar à frente do meu.
Os motores rugiram, fazendo estremeçer os frágeis corpos no interior da embarcação. Finalmente rumava através do sumptuoso rio, cuja superficíe resplandecia num dourado imenso, cegando os mais descuidados. A janela, quase opaca pelo fustigar dos anos, permitia ainda assim observar um dos mais belos espétaculos da natureza.
O pôr-do-sol era enaltecido pela ponte que completava a ligação entre aquelas duas margens, que embora tão próximas uma da outra, se tornariam longínquas não houvesse tal património arquitectónico.
Deixei-me prender naquele panorama durante alguns momentos, e voltei, fixando a visão naquela mulher.
Os olhos castanhos cercados pela pele escura, deixavam-se também inundar por aquela beleza rara que rasgava o horizonte de forma majestosa. Enchiam-se de memórias, saudades e tristezas que o tempo não perdoava, e que as rugas na sua face marcavam com contundência. O seu cabelo, desgrenhado e negro como bréu, denunciava o trabalho árduo de anos que pareciam não ter fim, dias e horas de uma luta que pareciam sufocá-la. As trémulas mãos, despojadas de metal, apoiavam-se no seu colo, assinalando os sonhos esquecidos, os desejos apagados e a falsa promessa de um amor que nunca chegara.
Tantos anos depois, ali estava ela.
Sozinha, esquecida pelo tempo, apagada de lembranças que nunca existiram.
Uma vida para uma mão cheia de nada. Um amor impossível de encontrar, e que lhe sabia a amargura nos lábios, até lhe restar nada mais que o vazio.

A viagem terminara. Não havia ali mais nada.
O barco atracou, as pessoas sairam correndo em direcção à sua vida. Ela caminhando lentamente para o porto, esticou os braços, e, abraçando o vento deixou-se levar.



I can't believe how you slurred at me
With your half-wired broken jaw
You popped my heart seems
All of my bubble dreams, bubble dreams
I can't believe how you looked at me
With your Johnnie Walker eyes
He's gonna get you and after he's through
There's gonna be no love left to rye
And i know that it's complicated
But i'm a loser in love so baby
Raise a glass to mend all the broken hearts
Of all my wrecked up friends

I'll never talk again... Oh boy you've left me speechless.


Johnny*

Sem comentários:

Enviar um comentário