segunda-feira, 28 de março de 2011

Rolling in The Deep

There's a fire starting in my heart,
Reaching a fever pitch and it's bring me out the dark,
Finally, I can see you crystal clear,
Go ahead and sell me out and i'll lay your shit bare,
See how i'll leave with every piece of you,
Don't underestimate the things that i will do,
There's a fire starting in my heart,
Reaching a fever pitch and it's bring me out the dark...


Atrás dos óculos brancos, encontrava-se sentado naquele gélido e duro banco de pedra, com os olhos mais uma vez preenchidos pela desilusão. O sol iluminava a fachada de um prédio há muito esquecida, perdida pelo tempo e fustigada de tal forma que a sua cor original se tornara irreconhecível.
O tempo esvaía-se entre os seus dedos ao compasso de um cigarro que depressa se transformava em cinzas. Cinzas de algo que queria esquecer, apagar da sua mente e controlar de forma a que nunca mais voltasse a sentir aquela respiração pesada.
Estava sozinho, protegido pelos sumptuosos ramos daquela árvore que o permitia manter-se na sombra. Na sombra daquilo que queria mudar, daquilo que trazia carregado no seu peito e tanto ódio lhe causava. Tudo se assemelhava fugaz demais, mas iria mais uma vez manter-se ali, não se iria deslocar nem um pouco, não iria de encontro àqueles raios que lhe podiam trespassar o corpo, consumindo-o de vez. Iria como sempre, fingir ter uma força que não tinha, mas que teimava em hastear como sinal de aviso, repulsão. Mais uma vez, iria montar uma grande barreira entre ele e o resto do Mundo.

À sua frente uma mulher curvava-se, oferecendo-lhe uma flor.
Ele recusou.

Recusava-se a aceitar que era mais um corpo, perdido no meio de tantos outros.



The scars of your love remind me of us,
They keep me thinking we almost had it all,
The scars of your love, they leave me breathless,
I can't help feeling,
We could have had it all.

Johnny*

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