domingo, 9 de março de 2014

Say Something

"Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito mais fácil viver."  - Margarida Rebelo Pinto


Passaram quase quatro anos desde que comecei este espaço. A razão que me levou a fazê-lo, foi basicamente uma: Tu.
Durante este tempo a minha vida mudou. Vários comboios chegaram, vários partiram. Mas a verdade é que me mantive igualmente imóvel naquela estação, à espera do dia em que tu voltasses.
Fizeste-me sentir vivo, foste o melhor de mim durante a pior jornada da minha vida. Deste-me a luz que não encontrava em qualquer outro lugar, deste-me a conhecer o melhor de mim, ofereceste-me o amor de que me alimentei enquanto sonhava com um dia que sabia que nunca iria chegar.
Há muito que não voltava a sentir vida como a senti, com a sensação anunciada da chegada de algo maior que eu. Algo que já não sentia desde a tua partida. A tua partida deixara de ser o lugar escuro onde me refugiava, passou a ser uma recordação feliz. Porque nesta estação, a máquina do comboio estava novamente a funcionar, pela primeira vez desde que te foste.
Senti as cores, o entusiasmo, a alegria. Senti tudo de novo.
Momentos que me pareceram ser infinitos, hoje sei que na sua delicada fragilidade, essa sensação não foi nada mais que um sonho, um desejo.
Desta vez soube de imediato o que acontecera: O desconforto das lágrimas perdidas entre as paredes daquela estação novamente escura, deixou-o demasiado claro.


Porque há comboios que nunca chegam ao seu destino.
Porque há estações que terminam vazias, sem vestígio de alguma vez ter passado por ali vivalma.

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